Maktub - Estava escrito


Ai, ai, ai! Não consigo me concentrar. Fito a cortina que balança ao vento; observo os livros displicentemente espalhados ao chão, aqui na sala; penso na disciplina fora de script que comecei a pagar por curiosidade; e sim, também naquele rapaz longilíneo e educadíssimo que jamais saberá que pensei nele agora, neste exato momento. Quero pensar e pensar em escrever as coisas: o cotidiano, o que meus olhos físicos captam, no que penso ser simples e real. Quero escrever sobre o estranho menino da passarela, do amor que eu não esqueço, e da matemática do sucesso. Talvez eu escreva, embora creia que não, sobre aquele outro caso esquisito, puro fruto da ironia do destino.. quem sabe. Tudo, peçam –me tudo o que acabo de dizer superficialmente. Certamente escreverei e terei algo bom para dizer, mas não me peçam para que eu explique o porquê de Maktub. Eu não sei, nunca saberei. Mas talvez eu o sinta em cada surpresa que me ocorre, em cada sincronicidade que percebo; em todas as vezes em que escolhi o “nada é por acaso” como um mantra nas horas de desespero. Tudo o que é bom passa; tudo o que é ruim passa. Evidente, lugar-comum. Mas quantos de nós deixamos de realizar algo verdadeiramente importante (para nós) por conta de um plano aparentemente importante para os outros? Quantos de nós têm se preocupado demasiadamente em construir uma imagem “coerente” de si para os outros, e relegado sua real natureza ao quarto escuro da repressão? “Por que sentir (sem viver) não seja também arriscar?” Perguntou-me certa vez uma amiga. Eu não sei se entendi bem o que ela quis dizer em forma de pergunta, mas eu arriscaria respondendo com um “Claro que é. Nada é mais arriscado do que sentir sem viver ou viver sem sentir a sua própria essência. Quando você for se dar conta: Bum! Game Over!” E lá vem outro. E mais outros... simplesmente os outros é que virão jogar.

Comentários

  1. Parabéns pelo blog, muito bom saber de pessoas com olhares profundos sob coisas superficiais, falando de forma superfecial coisas tão profundas! huhuahauahauha

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  2. kkkk Você é que foi bem profundo agora! :P
    Tks!

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  3. Amiga, parabéns pelo blog!
    Vou estar sempre por aqui p/ espiar as atualizações!
    Sucesso nesse espaço e na vida! Vc merece!
    bju

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  4. Hey, Tétis! Bem-vinda ao mundo blogueiro e obrigado pela visita. Seu Maktub é o Rosebud de Cidadão Kane. Um mistério! Passarei mais vezes pra jogar. Vlw. Bjs.

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  5. BEM VINDA AO MUNDO BLOGUEIRO, como disse o rapaz acima. Escrever, vc vera, te ajudara a te deixar menos confusa, sobre o que vc eh e sobre como vc enxerga o mundo. Eh uma forma melhor de se conhecer e uma forma nova dos outros te conhecerem. Um beijo, bom finde!

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  6. Nossa! Estou impressionada como você captou isso, Paulo Jorge! Bingo! E se não fosse Maktub, meu Blog certamente se chamaria Rosebud. Essas coisas que nos intrigam...

    E obrigada pela força tb, meninas! Mesmo por linhas tortas, como bem disse o meu amigo Mamede, o importante é escrever. E com a alma, se possível.

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  7. Parabéns Tétis pelo seu blog.
    Quanta inspiração!
    observação, texto, mirar com a alma, com o coração, ufa! Q sensibilidade!
    bjs

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  8. Ahh,Ceicita! Que bom que gostou! Obrigadinha, viu! Volte sempre! :D rs Bjao

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  9. Me impressiona, como vc consegue dar um ar de sofisticação as coisas mais simples da vida. Vc é divina escrevendo!

    Gostei muiiiito desse título......."MAKTUB"! Como vc se deparou com esse termo? ;-D

    Parabéns.

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  10. Olá, "O", mas são os pequenos detalhes da vida que faz com que ela tenha sentido, não é? Então temos de saber "jogar" da forma mais significativa pra gente, antes do "game over". :)

    Maktub é o título de um livro de Malba Tahan, que meu pai havia me indicado. Obrigada!

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