Não corra! Isso é um assalto!

Às 15h11 recebo a seguinte mensagem: “Amigaaaa... Já tá trabalhando? E aí vamos Hj? Vou no mesmo horário.. Xero” Eu respondo: “Calmaa! Num eh assim n. Rs mule to cheia d coisa aki, so posso La p 17h. Buaa!” E assim minha amiga foi malhar às 15h30 e eu, pra variar morta de preguiça de ter que fazer isso, fui malhar depois das 17h, quando já estava escuro. O trajeto de onde moro para a academia é muito curto, tendo somente um ponto crítico: a calçadinha longa e deserta na Avenida da Integração. Dessa calçadinha já podemos avistar a academia, mas para chegar até ela é preciso atravessar com muito cuidado a avenida movimentada. Se alguém te encurrala logo à frente, a menos que você tenha poderes especiais para escalar o muro ou sobrevoar os carros, você estará, obviamente, encurralada. (Que palavrinha mais feia!)

Foi o que aconteceu comigo hoje. Só porque não fui às 17h mas às 17h50 para a academia?!

Estava atravessando a calçadinha quando um ser estranho apareceu de bicicleta. Estava a uns 2 metros de distância quando falou alguma coisa que parecia não ser boa. Sempre levo óculos de grau para pôr somente enquanto atravesso esse trecho. Hoje não. Sem óculos, além de não enxergar parece que não ouço direito. Não dava pra ler os lábios ou ver sua expressão facial a apenas 2 metros de distância. Isso é que é ser cega! Não, isso não deve ser assalto. Não sinto medo. Faço cara de paisagem. Ele repete o falatório e eu: É o quê????O quê??? E então fico paralisada talvez por uns 3 segundos. Ele tinha gritado claramente: Não corra! Isso é um assalto!Passa o celular! Eu não estava com o celular mesmo na mão mas com uma bolsinha pequena que, claro, só poderia ter um celular ali. E tinha. Então eu olho para a avenida e é hora do rush. Não sou o Superman ou o Homem-Aranha. Ele sabia que eu entregaria o celular. “Não corra! Isso é um assalto!”. E o fluxo dá uma trégua grande. “Não corra!Isso é um assalto!” E nem armado ele está. “Não corra! Isso é um assalto!” E o meu celular foi muito caro. “Não corra! Isso é um assalto!” E ele é tão mingnonzinho. “Não corra!” Claro que corri.