Entrando de férias – saindo da matrix

                                                 

Hoje cedo convoquei meu pai para bater perna no centro da cidade (Natal-RN). Vamos!- concordou.  De busão – expliquei – e certamente demora a passar por aqui. Ele continuou aceitando. Fomos! Logo na parada, um senhor bêbado fazia dos assentos a sua própria cama. “Como uma pessoa chega a esse ponto? – pensei”.  Do outro lado, um banquinho onde nos acomodamos. “Se esse ônibus demorar podemos pegar um táxi” – meu pai concordou, mas em menos de 10 minutos o 35 chegou. Era umas 8h40. Sentamos um ao lado do outro. O ônibus deu a partida. Meu pai reclamou da quentura. Realmente. A brisa quente, digo, infernal, não deixava mentir: o verão havia começado não agora, há mil séculos, pois essa quentura é a mesma de sempre, apenas estava um pouco pior!

Estou de férias! - disse "sem fé"! E nada como começar a curti-la batendo perna na própria cidade e por locais inusitados para quem está de férias: sebos e comércios populares! Passamos pelo Beco da Lama, compramos raridades numa lojinha escondida de literatura de cordel, numa outra loja só de Cd’s, em outra somente de músicas de boleros e filmes de faroeste, além de tomarmos uma Grapette num mercadinho cujo vendedor estava puto com o governo. “Esse governo acabou com o otimismo do povo. Não voto mais em ninguém!”, desabafou.

Em cada loja, em cada canto, muitas figuras e histórias de vida. Ao final, uma reflexão: não é preciso ir longe para curtir, não é preciso pagar caro para sentir-se bem. “Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir!”, disse Fernando Pessoa. Quem somos nós para discordar? Além do mais, lembrei-me: moro onde as pessoas vêm de longe passar as férias. Há muito o que se ver e rever gastando pouco na minha atual cidade, estado, país. Claro que há destinos longínquos e com passagens mais altas que os R$2,20 (inteira) do busão (risos) , também interessantes, mas começar pela singela Natal-RN e suas incríveis possibilidades é mais que perfeito!

Espero que não entendam que sou contra gastar mais pelo glamour (A-do-ro!), mas jamais viveria somente disso porque o maior luxo da vida não se compra: amor, saúde, alegria e liberdade para fugir da matrix, indispensáveis para realmente curtir a vida e as férias seja onde for, em OFF, o maior tempo possível! Estou feita! Hasta la vista! ;)

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